• Início
  • Sobre nós
    • Portefólio
  • Elas
  • Fale com o Cientista
  • Novidades
  • Oportunidades
  • Mais
    • Eventos
    • Contacte-nos
  • Geo no Auge

Fale com o Cientista: Professor Gorki Mariano, da UFPE -Universidade Federal de Pernambuco

28 Aug 2024
Fale com o Cientista: Primeiro Episódio com o Professor Gorki Mariano da UFPE

No episódio inaugural da série "Fale com o Cientista", tivemos a honra de conversar com o Professor Gorki Mariano, uma figura emblemática no campo da Geologia e um membro dedicado da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Com uma carreira marcada por contribuições significativas às Geociências, o Professor Gorki compartilhou connosco as suas motivações, experiências e reflexões sobre a sua trajetória académica e profissional, bem como a sua visão sobre o futuro da Geologia no Brasil.

O Professor Gorki começou por relatar como a escolha da Geologia como carreira foi inspirada por uma sugestão do seu pai. A sua ligação com a UFPE, que ele carinhosamente chama de "casa", começou em 1976, quando ingressou como estudante, e continuou de forma ininterrupta a partir de 1989 como professor. Durante a sua graduação, viveu uma experiência enriquecedora, onde as amizades formadas foram tão importantes quanto o conhecimento adquirido.

Além da sua formação no Brasil, o Professor Gorki teve a oportunidade de estudar no exterior, mais especificamente na The University of Georgia, nos Estados Unidos. Lá, durante o seu mestrado, trabalhou com tratamento de dados químicos de águas subterrâneas, o que marcou o seu primeiro contacto com computadores, um desafio que contribuiu significativamente para o seu desenvolvimento académico. O doutoramento, concluído em 1988, trouxe uma mudança de foco para a petrologia ígnea, experiência que enriqueceu a sua capacidade de ensinar Geologia Geral na UFPE.

Quando questionado sobre o que mais o fascina na Geologia, o Professor Gorki destacou a visão abrangente que esta ciência oferece sobre a evolução da Terra ao longo de 4,5 bilhões de anos. Entre as suas contribuições mais significativas, ele mencionou os trabalhos sobre a Zona de Cisalhamento de Pernambuco, que alteraram o mapa geológico do estado, e a introdução da pesquisa em Geodiversidade e Património Geológico no programa de Pós-graduação da UFPE.

A Província da Borborema, um foco importante do seu trabalho, foi descrita como uma região de extrema relevância geológica. Com rochas que datam desde o Arqueano até o Recente, a área possui uma riqueza de feições geológicas que oferecem valiosos marcadores temporais da história evolutiva do planeta. Os projetos atuais do Professor Gorki na Borborema incluem estudos que utilizam essas características geológicas para promover o desenvolvimento sustentável.

Além de cientista, o Professor Gorki também é poeta e escritor, e vê na literatura uma forma de expressar a beleza e a complexidade da Geologia. Na entrevista, ele compartilhou um poema intitulado "Reino das Pedras", onde retrata a história da Província da Borborema e a sua fascinante geologia.

Finalmente, ao refletir sobre o futuro das Geociências no Brasil, o Professor Gorki expressou otimismo, destacando o crescimento e o investimento na ciência, especialmente no Nordeste. Ele sublinhou a importância das pesquisas realizadas nas instituições públicas, defendendo a necessidade de mais recursos para áreas como o mapeamento geológico, essencial para o avanço do conhecimento sobre o vasto território brasileiro.

Esta conversa com o Professor Gorki Mariano inaugurou a série "Fale com o Cientista" de forma brilhante, proporcionando uma visão inspiradora e informativa sobre a Geologia e as oportunidades futuras nas Geociências.



Confira a nossa conversa:


O que o motivou a escolher a Geologia como carreira, e como foi sua experiência na Universidade Federal de Pernambuco durante a graduação?

Meu pai me deu a ideia. A UFPE é minha casa de 1976-1980 como estudante e a partir de 1989 como professor. Uma experiência maravilhosa que somente o ensino público, gratuito e com qualidade proporciona. Na graduação a construção de um futuro alicerçada com amizades para a vida (Geologia, na época era uma entrada com 40 estudantes). Hoje temos duas entradas com 20 estudantes em cada.


Você teve a oportunidade de estudar fora do Brasil. Como sua formação na The University of Georgia influenciou sua carreira e suas pesquisas na área de Geociências?



Fiz mestrado 1982-1984 com tratamento de dados químicos em águas de poços e fontes do Estado da Georgia. aproximadamente 6000 análises, de um projeto National evaluation of Uranium resources - NURE). Tive o primeiro contato com computadores (main frame), um desafio e um aprendizado muito importante. Fiz doutorado de 1985-1988, diploma emitido em 1989. Trabalhei com um corpo granítico na cidade de Itaporanga na Paraíba. Esse granito é a localidade tipo da Associação Cálcio-alcalina de Alto Potássio. Saindo de hidrogeologia + geoquímica + estatística+ informática para petrologia Ígnea. Essa mudança foi muito importante para tornar-me professor de Geologia Geral da UFPE.


 O que mais o fascina na Geologia e quais são algumas das descobertas ou contribuições mais significativas que você fez?

A Geologia dá uma visão ampla do planeta Terra. Desde a sua formação até o presente. Essa compreensão é única e nos transforma em admiradores dos processo que aconteceram durante a evolução da Terra em 4,5 bilhões de anos. O nosso trabalho com petrologia ígnea: A tese de doutorado e os trabalhos publicados sobre o Itaporanga e associação Cálcio-Alcalina de alto potássio; Em Geologia Estrutural a compreensão da Zona de Cisalhamento de Pernambuco ( mudamos o mapa geológico do Estado). Em Geodiversidade e Patrimônio Geológico, fomos pioneiros na implantação dessa área de pesquisa no nosso programa de Pós-graduação. Trabalhar com Geógrafos(as) e outros profissionais não geológicos e conseguir mostrar a beleza e importância da interação entre as diferentes áreas e aprendermos juntos.


A Província da Borborema é um foco importante do seu trabalho. O que torna essa região geologicamente significativa, e quais são alguns dos projetos que você está desenvolvendo atualmente lá?

Na Borborema trabalhamos inicialmente com granitos de idade Brasiliana (ca. 590m.a); depois com Anisotropia de susceptibillidade magnética (ASM) em granitos; um pouco de geologia estrutural em zonas de cisalhamento; e nos últimos 10 anos a geodiversidade. Utilização das feições geológicas para promover o desenvolvimento sustentável.


A Borborema possui rochas desde o Arqueano ao Recente. palco de vários eventos geológicos ao longo do tempo. Uma diversidade de feições geológicas muito importantes para a história do planeta. Marcadores (afloramentos) temporais da história evolutiva do planeta Terra. Marcadores da evolução de Gondwana; depois da sua quebra; da extinção dos dinossauros. Uma área muito rica de informações, com potencial para estudos constantes.


Você é também poeta e escritor. Como a sua paixão pela literatura se relaciona com sua carreira em Geociências? Como a geologia influencia a sua escrita ? Poderia deixar por  escrito uma poesia para gente ?

Um pouco da história da Borborema, poesia, contata e cantada por granitos
REINO DAS PEDRAS
Granitos esquisitos
Deitam-se na terra
E sobem em serras
Porfiriticos
Feridos de negros enclaves
Ou xenólitos retorcidos
Equigranulares
Mesclados de feldspatos estelares
Finos Raquíticos, meninos
Mesoproterozóicos
Deformados, foliados, cisalhados
De baixo a alto ângulo cortados
Cariris Velhos...
Cariris Cansados de quase não existir T
entam não sucumbir
Ao peso de um milhão de anos
E chegam os Brasilianos
Jovens que são
Mesclados de sonho e ilusão
De comandar as falhas (zonas de cisalhamento)
Que presunção
Finalmente, enquanto continentes se separam
Surge um fresco e novo granito
E os pulsos não param Também se instalam riolitos
E, aqui, esta história acabo
Admirando o mar sobre o granito do Cabo

Granito do Cabo de Santo Agostinho com ca 102m.a que aflora nas praias belíssimas de Gaibu e Calhetas e é cortado por diques de diorito.


Como você vê o futuro das Geociências no Brasil e quais são as áreas que precisam de mais investimento e pesquisa?


Graças ao NORDESTE, as ciências como um todo tem uma nova fase de crescimento e investimento. 


A geologia e as geociências como um todo vão prosperar. As pesquisas voltaram a ser financiadas e Universidades publicas respeitadas, Claro que precisamos de mais recursos e investimentos nas áreas de pesquisa básica; incluído mapeamento geológico. 


O Brasil é um gigante com muitas áreas que carecem de mapeamento. As  pesquisas realizadas nas instituições públicas são de fundamental importância na formação de recursos humanos e de aprimoramento do conhecimento do nosso país.


Curriculum Lattes

ORCID

website

instagram: @gorki_mariano






Brasil geosciences
  • Facebook
  • LinkedIn
  • WhatsApp
Share


  • Início
  • Notícias
  • Portefólio
  • Contacte-nos
  • Sobre nós
  • Oportunidades

Receba nossas novidades
Obrigada! Sua mensagem foi enviada com sucesso!
Nossas redes sociais

All Rights Reserved ©  2021  -GeoSmart

person
exit_to_app

or

Back to Login
Usamos cookies para personalizar o conteúdo, fornecer chat ao vivo e analisar nosso tráfego na web.
Aceitar todos os cookies
Gerenciar seus cookies
Cookies essenciais do site
Google Analytics